sábado, 25 de outubro de 2014

Escapadinha ao Luxemburgo

Visitar o Luxemburgo, não estará de certeza na lista de locais a visitar da maioria de vocês, não minha não estava, no entanto, num impulso decidi lá ir... agora vamos lá por partes:

A Viagem
Ao contrário de outras cidades europeias, não se encontram viagens ao Luxemburgo ao preço da chuva, a viagem marcada com 1 mês de antecedência custou 160€ por pessoa e voámos na TAP, o voo é directo e demora cerca de 2h e 40m. Confesso que após todos os problemas em aviões da TAP e atrasos, estava um pouco receosa, mas correu tudo bem e nenhuma das viagens atrasou.

O Hotel
Ficámos alojados no Hotel Empire, mesmo em frente à Gare Central. A localização seria excelente, não fosse a vizinhança nocturna. A verdade é que não tivemos qualquer problema, mas ao chegar a noite ficávamos um pouco receosos, ainda que o Luxemburgo seja um dos países mais seguros da Europa.
O quarto era razoável, não era de luxo, mas o Empire também só tem 3 estrelas. Bastante limpo, um pouco barulhento com a janela aberta, mas uma vez fechada não se ouvia nada.

Transportes
Uma das coisas que mais me surpreendeu foram os transportes públicos, que para além de serem eficientes são, na minha opinião, baratos. Existem 2 tipos de bilhetes, um bilhete de curta duração que custa 2€ e é válido para qualquer transporte público em todo o país durante 2 horas. Existe também o bilhete diário, que custa, e que é válido desde a hora que o compramos até às 4h da manhã do dia seguinte, e mais uma vez é válido para qualquer transporte público.

Vamos então agora ao itinerário:
Dia 1 - (Chegada - Cidade do Luxemburgo - Lindsey Stirling)
Como sempre me arrependo, voámos muito cedo, por isso às 11h da manhã estávamos a aterrar no Luxemburgo, como a estadia era curta levámos apenas bagagem de mão, por isso ainda não era bem meio-dia e já estávamos a chegar ao hotel, que por acaso é mesmo em frente à paragem do autocarro 9, que vai do aeroporto até ao centro. Apesar do check-in ser apenas após as 16h, perguntámos no hotel se podíamos fazê-lo aquela hora, e disseram-nos que sim por o nosso quarto já estar pronto.
O plano para este dia era deixar a mala no hotel e ir ao centro almoçar, e voltar a horas de descansar um pouco porque à noite tínhamos um concerto.
Depois de deixar as malas no hotel, fizemos-nos ao caminho, subimos a Avenue de Liberté com direcção ao centro, esta avenida culmina na Pont Adolphe, a primeira desilusão foi que a ponte estava em obras e não dava para ver :(, depois da ponte vimos à direita um miradouro que nos chamou a atenção, e não nos desiludiu, que vista fantástica sobre os jardins do Vallée de la Pétrusse, o rio e o outro lado da cidade. A partir daqui foi uma constante descoberta da cidade, por ser pequena cada passo que dávamos encontrávamos algo interessante, no miradouro para além da fantástica vista, tínhamos o Monument of Remembrance e a entrada para as Casemates de Pétrusse e a 2 passos a Catedral Notre Dame, apreciámos a vista, tirámos umas fotos e de seguida entrámos na Catedral, que não sendo a mais bonita que já vi, é bastante bonita. Quando saímos decidimos ir directos à Place Guillaume II onde está o posto turístico. Na praça estava a acontecer um mercado de produtos biológicos, demos uma vista de olhos e fomos ao posto turístico, aqui sabíamos que tinham mapas da cidade gratuitos e para além do mapa comprámos também um pequeno guia turístico que custou apenas 2€. Nas livrarias não tinhamos encontrado nenhum que fosse apenas do Luxemburgo, eram sempre da Bélgica e Luxemburgo, mas este pelo preço estava bem completo e optámos por comprar. Como todos os restaurantes da praça eram bastante turísticos, logo com preços para turista, optámos por andar mais um pouco até à Place D'Armes e almoçamos por aí. Depois de almoço, continuámos a nossa descoberta da cidade, passámos pelo Palácio (Palais Gran Ducal), que nesta altura não dava para visitar, fotos ao exterior e lá fomos nós em direcção à parte baixa da cidade, o objectivo era descobrir onde era a entrada das Casemates du Bock, mas perdemos-nos, e ainda bem, assim descobrimos uma parte da cidade baixa que talvez não fossemos à procura, esta parte da cidade é encantadora e caminhámos sempre junto ao rio, até chegar junto das Casemates, descobrimos finalmente onde era a entrada e por serem já quase 5 da tarde decidimos voltar ao hotel, para tomar banho e nos prepararmos para o concerto. E assim foi. O Hotel é em frente à Gare Central, por isso foi só descobrir que comboio precisávamos de apanhar para chegar ao Rockhall. A viagem de comboio até ao Rockhall demora cerca de 30m, e como tínhamos bilhetes para um concerto não tivemos que comprar bilhete de transporte, pois o do concerto dá direito, algo que tínhamos lido no site da sala de espectáculos, mas que nos tinha deixado um pouco inseguros, a verdade é que quando apresentámos os bilhetes ao revisor, este esboçou um grande sorriso e não levantou qualquer questão. Segui-se o primeiro concerto da nossa viagem, que não sendo um concerto espectacular, não demos o dinheiro por perdido. Ouço muitas vezes Lindsey Stirling para trabalhar, principalmente naqueles dias que tenho milhares de coisas para fazer, a verdade é que em concerto achei as suas músicas muito parecidas, mas como disse acima não me arrependo, claro que se marcasse hoje a viagem não iria a este concerto porque preferia conhecer a cidade à noite, algo que não tivemos oportunidade de fazer porque ambas as noites que lá estivemos tivemos concerto.

Dia 2 (Vianden - Castelo - Agnes Obel)
No 2ª dia levantamos-nos cedo, o pequeno-almoço no hotel apenas era servido até às 10h e depois do pequeno-almoço pusemos-nos a caminho de Vianden, da cidade de Luxemburgo a Vianden é 1 hora de caminho em transportes, 1º um comboio até Ettelbruck e depois o autocarro 570, existe uma paragem mesmo no centro de Vianden, mas como os autocarros não indicam as paragens assim que vimos a placa em como estávamos em Vianden saímos, mais uma vez não nos arrependemos deste "erro", Vianden, é uma cidade  junto à fronteira do Luxemburgo com a Alemanha, é a típica cidadezinha de montanha pequena, tudo nesta cidade é encantador e ainda tivemos o plus de chegar lá e estar nevoeiro, sim parece algo estranho a dizer, mas a verdade é que o nevoeiro lhe dá uma mística completamente encantadora. A principal atracção turística de Vianden é o Castelo, e tínhamos lido que havia um chairlift que ficava um pouco acima do Castelo e que era uma excelente opção para lá chegar porque tinha uma vista fantástica sobre a cidade, mas fomos realistas, com o nevoeiro não se ia ver nada, por isso optámos por ir a pé até ao Castelo, e ao contrário do que tínhamos lido, não foi uma caminhada longa nem muito complicada, garanto-vos que teria sido mais complicado ter subido no chairlift e depois descer a pé. O Castelo de Vianden, é muito bonito por fora, mas está longe de ser assim tão místico por dentro, a entrada custa 6€, e ainda optamos por pagar um audioguia, por mais 2€, por isso o total para 2 pessoas foi de 14€. O castelo tem imenso potencial, é um castelo construído entre os séculos XI e XIV, e que foi sendo ampliado até ao século XVIII, ou seja, passou por várias épocas históricas e que podemos descobrir quando o visitamos, o que menos que encantou foi a forma como está a ser remodelado, começando pelo edifício todo vidrado que está logo no pátio do castelo e passando pela instalação eléctrica com cabos e caixas visíveis em todos os cantos do castelo. Ainda assim vale a pena conhecer :)
Saímos do castelo e o meu desejo concretizou-se, chegámos à cidade com nevoeiro cerrado, mas agora estava um lindo dia de sol, por isso decidimos subir o monte até ao chairlift, e assim podíamos descer pelo chairlift e ver a tão famosa vista da cidade. Em todo o lado tinhamos lido que chegar o topo era um percurso de cerca de 15m a pé, e que exigia alguma condição física, como uma boa condição física é um termos muito generalista, decidimos ir ver por nós, e se achássemos que era muito complicado voltávamos para trás. A verdade é que a sinalização aqui não é assim tão compreensível, e falhamos o tão famoso percurso de 15m. E lá estávamos novamente no caminho "errado" e nada arrependidos, o percurso é lindo no meio da floresta e colmata em um parque aventura cheio de slides e espaços de aventura, brutal, sem afectar o contexto paisagístico da floresta, tudo perfeitamente integrado na natureza. Este caminho embora um pouco mais longo, é uma excelente opção para pessoas que se sintam menos preparadas fisicamente, demorámos cerca de 1h a fazer o caminho, com muitas pausas para fotos e numa passada de passeio. Chegámos finalmente ao topo e UAU, a vista para a cidade e para o castelo é brutal, neste miradouro existe um restaurante com esplanada no miradouro, decidimos almoçar por lá e os preços pareceram-nos razoáveis tendo em conta a qualidade da comida e da vista.
Apanhámos o chairlift para descer, não é possível comprar o bilhete lá em cima, mas disseram-nos para descermos e pagávamos lá em baixo, o que foi uma experiência um pouco estranha, porque se não pagássemos ninguém iria notar, aliás o senhor da bilheteira até ficou um pouco espantado quando dissemos que queríamos pagar a descida que já tínhamos feito ;) Hora de voltar à cidade de Luxemburgo, para nos prepararmos para mais um concerto. Perdemos o autocarro por 10m, e aos domingos só há autocarros de hora a hora, por isso apanhámos uma grande seca. Sim podíamos ir dar mais uma volta na cidade, mas ficámos com receio de não ter compreendido bem o horário e se perdêssemos aquele autocarro, iria ficar bastante apertado chegar a horas do concerto, mas tudo deu certo e chegámos a tempo de sermos uns dos primeiros a entrar na sala do concerto, o que era importante naquele concerto que era numa sala mais pequena no Rockhall com lugares sentados e sem desnível, como não somos propriamente altos, se ficássemos muito atrás não iramos ver nada. O concerto da Agnes Obel valeu 100% a viagem, ela tem um vozeirão e faz-nos ficar hipnotizados e a cantarolar o tempo todo.

Dia 3 (Casemates du Bock - Regresso)
No último dia, levantamos-nos novamente por volta das 9h da manhã para ir tomar o pequeno-almoço enquanto nos deixavam e explorar o resto da cidade. Por estúpido que possa parecer nesse dia ficámos os 2 sem máquina fotográfica :( Valeram-nos os telemóveis, mas longe de tirarmos tantas fotos e com a mesma qualidade. Fomos directos ao Grund, novamente na zona baixa da cidade, passear pelo Grund vale muito a pena é tudo encantador, até nos esquecemos que estamos na cidade Capital de um país europeu, seguimos para as Casemates du Bock, bem não sei muito bem o que estava à espera, mas a verdade é que foi o local que mais me desiludiu, sim é brutal a forma como estavam arquitectadas para defender a cidade, mas mais uma vez toda a sua recuperação foi completamente estranha, mais uma vez instalações eléctricas completamente à vista e muito pouca história para se aprender alguma coisa ali. Saímos das Casemates e voltámos ao centro para almoçar e comprar souvenirs, pois tínhamos um avião para apanhar de regresso a Lisboa. Conselho, não deixem para 2ª feira a compra de souvenirs, há muitas lojas fechadas e acabámos por comprar parte dos souvenirs numa loja de chocolates artesanais Belgas ;)

Balanço final
Luxemburgo não era um dos países que estivesse na minha lista a visitar, mas valeu muito a pena, e ao contrário do que lemos por todo o lado, tinha-nos dado jeito mais uns dias para ver algumas coisas que não tivemos oportunidade de conhecer, claro que falamos de Luxemburgo país e não apenas a cidade. Achámos os transportes baratos e confortáveis. Do outro lado da balança está o facto de mais de 20% da população ser portuguesa, o que não é necessariamente mau, apenas quando visitamos um país em turismo e passamos a vida a ouvir falar português é um pouco estranho. Uma coisa que me impressionou pela negativa foi o facto de quase ninguém falar inglês, mas se pararmos um pouco para pensar, eles têm 3 línguas oficiais (Luxemburguês, Francês e Alemão), já é bastante ;)

Em breve publico algumas fotos.